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quinta-feira, 22 de março de 2012

AÇÃO PEDAGÓGICA ?


Otacílio Costa, 22 de março de 2012.





AÇÃO PEDAGÓGICA?

A ação do pedagogo junto aos professores tem se revelado insuficiente, inadequada, pouco expressiva, pois, ao sair da faculdade, ele parece estar apto a pensar criticamente a educação sem, no entanto, saber fazê-la.
Afinal, o que é ser pedagogo? O que se espera de sua atuação? O que ele faz, realmente, quando planeja, quando implementa a qualidade do ensino, quando acompanha e avalia a prática, quando estuda com o professor ou quando busca a integração da escola com a comunidade? O que quer alcançar? Quais são as funções que ele exerce na escola e que não deveria exercer? Essas e outras tantas questões são formuladas cotidianamente por quem acompanha a vida escolar dos filhos.
Cabe ao pedagogo exercer a liderança do sistema educacional, seja na gestão do ensino, na supervisão ou na coordenação pedagógica. Para isso, ele precisa sair da faculdade capaz de efetivar o trabalho coletivo na escola, sabendo promover a integração das competências de todos, contribuindo para o crescimento e a profissionalização dos educadores, despertando, em cada profissional, o desejo de atuar de forma diferente, conferindo-lhe ânimo para romper com a rotina cansativa que apaga a alegria de aprender da maioria dos alunos, construindo uma equipe de trabalho eficiente e uma escola de vanguarda
Uma ação em equipe é importante porque conta com a sinergia do grupo, quando o resultado da soma das opiniões individuais é maior do que cada idéia isoladamente, por melhor que esta seja. A essência da sinergia está em valorizar as diferenças existentes na equipe. As opiniões divergentes são respeitadas, e a comunicação é clara e objetiva. Todos prestam atenção à sua forma de trabalhar, procuram resolver os problemas que afetam o funcionamento da escola com mais comprometimento, substituindo o imperativo “tem de fazer” pelo “precisamos fazer”.
No entanto, grupo e equipe diferenciam-se significativamente. Grupos existem em quase todas as escolas e, muitas vezes, até ostentam a denominação de equipe, indevidamente. A organização de trabalho estanque e multidisciplinar, que ainda impera na maioria das instituições, favorece a existência de grupos que operam com muito individualismo, às vezes, até com certa competitividade predatória.
A construção da equipe significa plantar a igualdade entre os professores — pessoas comprometidas e capazes de perseguir objetivos comuns, assumidos por todos, com a intenção de criar para aquela escola o currículo ideal e específico, que produza o ensino de qualidade para todos.
O dia-a-dia no trabalho torna as relações muito profissionais, de forma que nem nos permitimos uma aproximação com as pessoas. Algumas vezes, somos acometidos por cegueira, presos ao narcisismo ou ao egoísmo, impossibilitados de exercitar o “dar” e o “receber”, indispensáveis à consumação de tarefas coletivas.
O pedagogo, no papel de coordenador do grupo, deve incentivar e favorecer a formação de subgrupos entre os professores, para estudo, pesquisa e aperfeiçoamento profissional. Aos poucos, toda a equipe aprende a se entusiasmar, realimentando-se com o próprio sucesso, e começa, por homologia dos processos, a também entusiasmar alunos e suas famílias em relação aos objetivos da instituição.
O pedagogo precisa aceitar sua parcela de responsabilidade e compromisso com a equipe de professores desde o início. Sua ação junto a estes deve ser semelhante a uma potente locomotiva, puxando todos para o movimento, para a ação continuada e na direção certa.

Texto de Luiz Bomtempo
Post Professora Raquel Fernandes

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